Companhia Deborah Colker traz a Porto Alegre o espetáculo “Sagração”

Companhia Deborah Colker traz a Porto Alegre o espetáculo “Sagração”

O grupo, que comemora 30 anos, se apresenta no Teatro do Sesi hoje e amanhã

Luiz Gonzaga Lopes

Deborah conta que os bambus são uma extensão do corpo dos bailarinos e se prestam à criação de uma infinidade de imagens

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A Companhia de Dança Deborah Colker retorna a Porto Alegre para comemorar seus 30 anos o com o novo espetáculo “Sagração”. Nessa versão, a música clássica de Igor Stravinsky encontra ritmos brasileiros no espetáculo inspirado por visões ancestrais sobre a origem do mundo.

Em 30 anos, a Cia. realizou mais de duas mil apresentações por 100 cidades de 35 países, com um público de mais de 4 milhões de pessoas, com coreografias como “Casa”, “Tatyana”, “Veloz”, “Nó” e “Cão Sem Plumas”. Assistir a um espetáculo criado por Deborah Colker e equipe é um mergulho em um universo criativo, pesquisado, profundo e irreverente, intenso e sábio. Algo que transforma.

Após a estreia no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de passar por cidades catarinenses, a Companhia se apresenta em Porto Alegre hoje, 21h, e amanhã, 20h, Teatro do Sesi (Assis Brasil, 8787).

Na segunda, 22, rola apresentação em Novo Hamburgo, no Teatro Feevale.

“Eu peguei ‘A Sagração da Primavera’, do Stravinsky, e mastiguei, saboreei, comi, cuspi, engoli esta obra incrível. Eu estudei música durante muito tempo. Tenho dirigido ópera. Contar esta simetria musical e rítmica foi difícil. Foi uma obra composta para ser dançada. Ela rompeu esteticamente a música, a dança e ela inaugurou caminhos novos para um monte de gente na segunda década do século XX. Stravinsky se inspirou nos rituais e 111 anos depois eu estudei e tinha esta missão e tive a ideia do bambu, com quatro metros de altura, é uma possibilidade incrível, eu virei uma criança construindo canoa, floresta, oca, céu, terra. O bambu é uma extensão do corpo do bailarino. É um espetáculo que sagra, que faz brotar o nosso primitivo, os povos originários, e eu trouxe um olhar evolutivo para este mito de criação”, aponta Deborah.

O processo criativo de “Sagração” durou dois anos e meio. O espetáculo é uma livre adaptação de “A Sagração da Primavera”, obra composta pelo russo Igor Stravinsky, que ganhou projeção mundial pela montagem estreada em Paris em 1913, com coreografia de Vaslav Nijinsky e produção de Sergei Diaghilev para os Ballets Russes. A composição musical é considerada revolucionária por introduzir estruturas rítmicas e harmônicas nunca antes utilizadas em partituras.

“Tudo só poderia ter começado com uma mulher. Uma avó. A avó do mundo”, destaca Deborah, lembrando que são 14 cenas que estão descritas no programa do espetáculo que estará disponível em papel, mas também em QR Code, sintonizado com estes tempos atuais.

“A versão mais recente da nossa espécie é a Homo sapiens que precisa se adaptar constantemente”, ressalta Deborah, destacando a presença das personagens que representam bactérias, herbívoros e quadrúpedes no espetáculo. Boi bumbá, coco, afoxé e samba foram introduzidos à criação de Stravinsky. Aos acordes de instrumentos de orquestra, o diretor musical Alexandre Elias adicionou flauta de madeira, maracá, caxixi e tambores.

Mais informações e compra de ingressos pelo site ciadeborahcolker.com.br.

Escute abaixo a entrevista concedida por Deborah Colker ao editor Luiz Gonzaga Lopes no podcast ArteDebate:


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