Muito além do seu jardim

Muito além do seu jardim

Crítico Marcos Santuario tece suas primeiras impressões, na capital alemã, sobre a 74ª Berlinale

Correio do Povo

Entrada do Berlinale Palast que recebe os artistas do 74º Festival Internacional de Cinema de Berlim

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O mundo do cinema se encontra nestes dias em Berlim.Com a 74ª edição da Berlinale, um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, a diversidade que habita a cosmopolita cidade alemã se amplia ainda mais . Das salas de cinema às ruas, passando pelos encontros da gente do cinema com imprensa e público, o frio intensificado da época parece não atrapalhar mesmo. Ao contrário. Lota lugares, abertos ou fechados. E vale sempre lembrar que o cinema aqui apresentado faz parte também de uma indústria, poderosa em criar riqueza que vai além da cultura. E quando a diretora executiva da Berlinale, Mariette Rissenbeek, explica que o Festival de Berlim é lugar de diálogo e troca de ideias, ela está se referindo a algo mais do que aquilo que se vê nas telas. Os encontros multiculturais e as descobertas humanas se complementam com o nascimento comercial de produções que devem ganhar novas audiências, rompendo fronteiras.

Com a atriz Lupita Nyong’o como presidente do júri oficial deste ano, a presença da diversidade surge já neste âmbito. Cabe a ela presidir as discussões e debates entre os colegas que vêm de Itália, Ucrânia, Espanha, China, EUA e da própria Alemanha. Ao estar neste ambiente a gente pode perceber como o mundo é diverso. Queiramos ou não. As visões e opiniões sobre obras, comportamentos, representações e importâncias também variam. A sempre lembrada Torre de Babel só não desmorona quando a compreensão e o respeito das diferenças, inclusive nas próprias produções, são levados a sério. Desta forma é muito melhor apreciar as nuances de cada produção, a possível riqueza em cada novidade e os desafios de comunicar através do audiovisual. Até dia 25 deste mês a Berlim do século 21 é palco e tela para olhares vários sobre o que a humanidade está vivendo e projetando. E como me disse Dorothee Wenner, curadora no Festival Internacional de Cinema de Berlim desde 1990, seleções como a das várias sessões da Berlinale são como realizações de obra de arte. Assim é que podem ocorrer os diálogos e as trocas a que aponta o experiente Festival de Berlim. No presencial e no virtual.


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