Camaquã completa 160 anos
Comunidade irá comemorar o aniversário do município com shows e bolo
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Nesta sexta-feira, dia 19 de abril, o município de Camaquã completa 160 anos de fundação. A cidade é a 30ª mais antiga do Rio Grande do Sul e está localizada na Costa Doce. O município faz parte da região Centro Sul e está fixada na margem direita da Laguna dos Patos e a margem esquerda do rio Camaquã. A cidade está há 127 quilômetros de Porto Alegre.
Dentre os significados dados ao nome do município, o mais adequado é o rio correntoso ou rio forte. Camaquã vem de Icabaquã que na língua tupi-guarani significa rio ou água e Cabaquã que quer dizer velocidade ou correnteza. Com isto, é possível concluir que o nome da cidade vem do rio que corta o município.
Atualmente com pouco mais de 63 mil habitantes, conforme informações do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Camaquã começou a construir sua história em 9 de dezembro de 1815, quando foi concedida a licença para a criação da Capela Curada de São João Batista de Camaquã, construída em terreno doado pelo Capitão Joaquim Gonçalves da Silva, considerado o fundador da cidade.
Entretanto, o povoamento do local não se efetuou imediatamente, em função da falta de água nas proximidades da Capela, que pudesse suprir a necessidade do povo. O povoamento da região foi despertado pelo interesse religioso e pecuário. A população cresceu com a chegada de imigrantes portugueses, francesas, poloneses, alemães, espanhóis, africanos e com os já donos desta terra, os índios. Camaquã constava do extenso território da Freguesia do Triunfo, as sesmarias do Cordeiro, do Duro e do Cristal de propriedade de Silva, pai de Bento Gonçalves, que ao doar o terreno da atual cidade de Capela Velha, 8º Distrito requereu autorização para fundar a Capela Curada de São João Batista de Camaquã, o que ocorreu por meio de lei municipal de 19 de abril de 1864.
História de Camaquã também decorre da Revolução Farroupilha (1835-1845)
Em 1844, foi erguida uma nova capela nas terras doadas por Ana Gonçalves da Silva Meirelles, à margem esquerda do Arroio Duro, local onde hoje se situa Camaquã. Por este motivo, alguns historiadores a destacam como fundadora da cidade. Já Silva, possuía terras na Piedade, em Triunfo, e no Cristal, cercanias do Passo do Camaquã. Já a mãe de Bento Gonçalves, era neta de Jerônimo de Ornellas, dono da sesmaria sobre a qual surgiria Porto Alegre.
Camaquã era composta de três sesmarias, que depois da morte de Joaquim Gonçalves foram divididas por Bento, Ana e Antônia. Ele tinha uma estância na região, tanto que sua esposa Caetana está enterrada em um jazigo na cidade de Camaquã. Tudo isto traz para a população da cidade sentimentos de pertencimento, de participação e importância na história do Rio Grande do Sul, tanto que o slogan é “Camaquã Terra Farroupilha”. A Prefeitura projeta ainda para este ano obras na BR 116, com um novo pórtico na entrada, onde há um homem a cavalo, carregando a bandeira do Estado. A nova estátua terá em bronze, na parte inferior, escrito "Camaquã Terra Farroupilha”.
Vila Pacheca
A Vila Pacheca é a região mais importante da cidade, em termos de vestígios históricos. Todas as casas do local ficam a beira do rio Camaquã, um dos acessos ao local. Na Vila está a casa onde viveu Manoel da Silva Pacheco, também considerado fundador da cidade, apesar das controvérsias. A vila é conhecida assim porquê, quando ele faleceu, sua esposa ficou administrando a fazenda. A localidade viveu um surto de progresso devido a instalação de várias granjas, chegando em 1922 a ter linha telefônica e pista de pouso da Varig.
Atualmente, Camaquã é cortada pela BR 116, e possui a zona da várzea, onde predominam grandes e médias propriedades dedicadas à pecuária e às lavouras de arroz e soja e a zona da serra, onde predominam as pequenas e médias propriedades dedicadas ao plantio de soja, milho, feijão, fumo e mandioca. Esta região tem uma paisagem composta por cascatas e cachoeiras.
Economia da cidade
Desde 2017, mais empresas abrem que fecham na cidade. Em sete anos foram 6.866 abertas e outras 3.720 fechadas. Com isto, a cidade acabou atraindo mais pessoas e estabilizando a curva descendente de habitantes. O dado foi constatado nos dados do último censo. Segundo a presidente da Associação Comercial e Industrial de Camaquã (ACIC) Carla Giannichini Roxo, em torno de 42% da economia do município gira em torno do serviço e do comércio e entre 26% e 27% na agropecuária. “Somos uma região que planta muito arroz e soja. Temos uma parte destinada ao fumo e 15% da economia vem das indústrias”, relata.
Ela conta, que a ACIC sempre em parceria com a Prefeitura visa o desenvolvimento da região. “O associativismo é muito forte e sempre tentamos o manter. Sabemos que a cidade é mais comércio, então, o papal da ACIC é importante para unificar e desenvolver pessoas da comunidade”, enfatiza.
Carla acredita que nos 160 anos da cidade é importante homenagear à resiliência e ao trabalho árduo do povo camaquense, cuja dedicação marcou o destino do município. “A resiliência e o trabalho árduo do povo camaquense foram os pilares que sustentaram o desenvolvimento da região. A economia local, inicialmente baseada na agricultura e pecuária, foi ganhando força ao longo dos anos. À medida que Camaquã celebra seus 160 anos, é importante reafirmar o compromisso com o apoio aos empreendimentos locais e o fortalecimento da economia regional”, observa.
Programação de aniversário
A festa que irá comemorar os 160 anos de Camaquã promete lotar a praça Zeca Netto. O evento começa às 15h, com show do grupo Os Andeiros. A solenidade de abertura oficial do aniversário está marcada para as 16h, quando será distribuído suco e bolo. Às 17h, a festa segue com o show do Capitão Faustino. O encerramento ficará a cargo do grupo Four Black, a partir das 19h.
O prefeito Ivo de Lima Ferreira destaca o orgulho de estar a frente do município que se transforma e se desenvolve a cada ano.. “Nos empolga, como gestores públicos, saber que temos um povo forte e trabalhador, que faz da nossa cidade uma referência pra toda a Costa Doce gaúcha”, enfatiza. Ele conta que o município que sempre foi conhecido como a terra do arroz parabolizado, agora, também é a terra da soja, do tabaco, da pecuária, do comércio, dos serviços, da indústria e da tecnologia. “Estamos transformando a nossa Camaquã em um polo de criação de empresas, atração de novos investimentos e manutenção das nossas raízes, afinal somos e sempre seremos, como diz o slogan da nossa cidade, uma Terra Farroupilha”, destaca.
Pontos Turísticos
Camaquã tem muitos pontos turísticos. Um deles é a barragem Arroio Duro, onde as pessoas da cidade e região se encontram. Recentemente ela foi destaque nacional como exemplo de planejamento no que se refere a armazenamento e distribuição de água para irrigação.
Um local curioso para quem não é da cidade é a sinaleira que fica no centro e é considerada como um símbolo máximo, tanto que é encontrada em versão miniatura, muito utilizada como chaveiro. A estrutura veio da França há mais de 70 anos. E é o único neste modelo em funcionamento no país.
O local é o escolhido pelos camaquenses para grandes manifestações, comemorações e concentrações de pessoas. Outros locais de destaque são a praça central Donário Lopes que possuiu a Foca Maroca que é uma estátua da mascote que viveu no laguinho central da praça nos anos 50 e o Forte Zeca Netto, que é considerado um importante local da guerra entre Chimangos e Maragatos, onde morava o General Zeca Netto.