Moradores de condomínio que explodiu no Rubem Berta se mobilizam em busca do seguro para reparar prejuízos

Moradores de condomínio que explodiu no Rubem Berta se mobilizam em busca do seguro para reparar prejuízos

Quatro torres permanecem interditadas e cerca de 60 pessoas continuam abrigadas no salão de festas do condomínio

Cristiano Abreu

Moradores do condomínio formaram uma comissão para tratar das questões jurídicas e administrativas

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Os cerca de 60 moradores das torres interditadas após explosão no condomínio Alto São Francisco, na zona Norte de Porto Alegre seguem fora de casa e sem certeza de quando será possível retomarem suas vidas. Quatro torres permanecerão interditadas até que os laudos técnicos e da perícia criminal sejam apresentados.
Para tentar acelerar o processo, os moradores do condomínio formaram uma comissão para tratar de questões relativas a questões jurídicas e administrativas envolvendo o acidente. Mais que obter certeza sobre qual o destino da torre 10, que ameaça desmoronar após a explosão, há pressa para liberar o seguro das edificações e permitir que os moradores reparem seus prejuízos.

Conforme os moradores Leandro Caetano e Anderson Marques, o grupo de condôminos está em contato com a administradora do residencial para centralizar o pagamento do seguro. Eles também buscam uma posição sobre a possibilidade de recuperação ou se será necessária a demolição das torres 9 e 10, que podem colapsar de acordo com laudo produzido por engenheiro civil contratado pela empresa. “Ainda estamos numa situação difícil de termos que aguardar o que vai ser feito. Esta angústia nos faz muito mal”, define Leandro.

Por conta do risco nos prédios comprometidos, os apartamentos das torres 11 e 12 também permanecerão interditados.

Sem gás e com solidariedade

Desde o sábado o fornecimento de gás (GLP) foi suspenso de forma preventiva para todas as 22 torres. A empresa responsável pelo abastecimento do condomínio recolheu os botijões e realizou testes para verificar a integridade do sistema após válvulas de segurança terem acionado por duas vezes durante o fim de semana. Nenhuma anormalidade foi constatada.

Moradores do condomínio receberam doações de 200 marmitas | Foto: Maria Eduarda Fortes

Mesmo sem risco, os moradores optaram por continuar sem gás de cozinha. “É receio, enquanto não soubermos exatamente o que causou a explosão, não será liberado”, afirma Ânderson.

Como até as famílias que puderam retornar impedidas de cozinhar pela ausência do gás de cozinha, os que permanecem no residencial têm contado com ajuda externa. No início da tarde desta segunda-feira, a Cozinha Solidária da Azenha, mantida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, realizaram a doação de 200 almoços. “Sozinhos até vamos bem, mas juntos podemos ir melhores”, relata Fernando Campos Costa, um dos organizadores da ação.


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