Executiva municipal do PSDB decide não apoiar reeleição de Ricardo Nunes em SP

Executiva municipal do PSDB decide não apoiar reeleição de Ricardo Nunes em SP

Prioridade da sigla é lançar candidatura própria, mas também pode se aproximar de Tabata Amaral

Estadão Conteúdo

Nunes não cogitou lançar vice tucano na chapa

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A comissão executiva municipal do PSDB definiu nesta sexta-feira, que o partido não vai embarcar no projeto de reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Em vez disso, a legenda vai atuar em prol de uma candidatura própria na disputa pelo comando da capital.

Caso os tucanos não consigam um nome eleitoralmente viável para a cabeça de chapa, existe a possibilidade de composição com outro candidato. O apoio a pré-candidata do PSB, deputada Tabata Amaral (SP), é tido como mais provável neste cenário. Segundo o presidente municipal do PSDB, José Aníbal, a decisão de lançar candidatura própria - ou apoiar outro nome que não seja o de Nunes, caso a candidatura tucana não vingue - contou com nove votos favoráveis e dois contrários na reunião da executiva municipal.

O encontrou ocorreu nesta sexta e durou cerca de duas horas. O órgão colegiado é composto por 15 membros, sendo que apenas três não participaram da reunião. Por presidir a comissão, Aníbal vota somente em caso de empate. O dirigente partidário relatou à reportagem que a reunião da executiva municipal estava se encaminhando para acabar sem decisão, sendo necessário novo encontro na segunda-feira. Porém, os membros da comissão foram surpreendidos por uma nota apócrifa, que afirmava que a maioria do colegiado apoiava o prefeito Ricardo Nunes.

Segundo Aníbal, quatro pessoas citadas no texto desmentiram o apoio e o clima da reunião mudou. Depois do episódio, a maioria votou a favor do lançamento de candidatura própria. A assessoria de pré-campanha de Nunes não quis se manifestar sobre o caso.

A proximidade entre o prefeito da capital e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pesou na decisão do PSDB. Nunes busca o apoio do ex-mandatário para neutralizar possíveis candidaturas bolsonaristas na cidade. Pesquisas eleitorais mostram que nomes ligados a Bolsonaro tendem a tirar votos do emedebista. Em contrapartida ao apoio do ex-presidente, foi acordado que a posição de vice na chapa de Nunes será ocupada pelo PL. Além disso, o nome precisará ser aprovado por Bolsonaro, relatam pessoas próximas ao chefe do Executivo paulistano.

Aníbal esclarece que o fato de Nunes sequer querer discutir a hipótese dos tucanos indicarem o vice em sua chapa foi determinante na decisão da sigla de não apoiá-lo. Na avaliação de Aníbal, o prefeito tratou o PSDB como partido auxiliar. Além disso, o dirigente diz que a influência de Bolsonaro, a quem chama de "golpista”, na escolha do vice de Nunes é outro fator que contribuiu para a definição da estratégia eleitoral do partido na capital. A definição da executiva municipal, porém, não agrada todo partido. Exemplo disso é a insatisfação da bancada de vereadores do PSDB na Câmara Municipal. Ao menos quatro dos oito vereadores tucanos devem deixar a legenda e apoiarão Nunes.


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