ILC mostra deflação de 1,49% em 2022

O Índice de Insumos para Produção de Leite Cru do Rio Grande do Sul (ILC) encerrou o ano passado com leve deflação de 1,49%. O resultado está alinhado com o que já apontava o Índice de Inflação do Custo de Produção (IICP) do mesmo período. De acordo com a Assessoria Econômica da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), relatórios anteriores do indicador sinalizaram que, após um período de longas altas, era esperado um resultado negativo ou ao menos abaixo da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acelerou 5,79% em 2022.

O resultado é oposto ao movimento de períodos anteriores. Em 2020 e 2021, respectivamente, o ILC apresentou inflação de 74,65% e 30,77%. Isso mostra que, mesmo com deflação em 2022, o custo está demasiadamente, levando muitos produtores a operar com margens negativas, avalia a Assessoria Econômica da Farsul. A expectativa é de um movimento de alta no início deste ano para alguns insumos em razão dos problemas causados pela estiagem, do aumento da energia elétrica e dos combustíveis.

Um dos exemplos é o caso do milho, cujo preço voltou a subir em dezembro de 2022. “Com a estiagem que atinge algumas regiões do sul do Brasil e a Argentina, a safra atual já foi duramente atingida, puxando a cotação no último mês do ano passado”, destaca a Assessoria Econômica da Farsul em nota. Já a soja mostra queda em razão da retração na taxa de câmbio. De uma forma geral, a cesta de insumos apresentou queda, puxada pelos fertilizantes, combustíveis e energia elétrica, o que contribuiu para o recuo de 1,78% do ILC no último mês do ano passado.

O valor de referência do leite no Rio Grande do Sul foi projetado em R$ 2,1592 o litro para o mês de janeiro. Divulgado no dia 24 de janeiro pelo Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite/RS), o indicador é 1,9% inferior ao consolidado do mês de dezembro de 2022 (R$ 2,2010).