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Vai, Mario, vai assim
deslizando entre os dedos o vento de vidro da infância.
Vai contigo o carrilhão
da vida, escoltado
pela fúnebre orquestra dos grilos.
Vai, Mario, vai assim
carregado pela alma de cristal
da tua cidade de brinquedo.
Vai com este jeito infinito
de quem solta moedinhas
no rastro das manhãs.
Vai para Bizâncio
lá não dormem os pássaros
nem os poemas.
Vai, poeta
a morte é a torre do sono
Correio do Povo