Sal verde pode ser aliado na prevenção e controle da hipertensão; conheça os benefícios

Uma alternativa ao sal tradicional começou a chamar a atenção e a cativar o gosto de quem sofre com hipertensão: o sal verde. O condimento, bastante aromático, pode ser utilizado no lugar do sal comum em diversas preparações e pratos, como sopas, saladas, arroz, massas, carnes e vegetais.

A nutricionista Nathália Guimarães, do Instituto Nutrindo Ideais, diz que a diferença entre o sal comum para o verde é que este último contém em sua base quatro ervas poderosas que auxiliam pessoas com hipertensão por terem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, além de auxiliar na digestão.

Uma das ervas presentes no sal verde é o alecrim, que tem propriedades antioxidantes e que combate o estresse oxidativo, bastante presente em indivíduos portadores de hipertensão.

Outro ingrediente é o manjericão, que ajuda a combater processos inflamatórios no organismo, assim como o orégano, e a salsinha, que além de também ser anti-inflamatória que nem o manjericão, tem propriedades digestivas e diuréticas.

Somado a isso está o gergelim, que contém naturalmente cálcio, magnésio, manganês, zinco e vitamina E. O zinco, o manganês e a vitamina E também atuam reduzindo o estresse oxidativo, e os minerais cálcio e magnésio têm a capacidade de auxiliar na redução da pressão arterial.

“A maioria das pessoas que são mais susceptíveis aos efeitos do sal, em termos de aumento de pressão arterial, normalmente apresentam deficiências de minerais, como, magnésio e, às vezes, cálcio. Mas a principal deficiência costuma ser o magnésio", diz Nathália, que também é especialista em nutrição clínica integrativa e funcional.

“O magnésio tem um efeito direto sobre o volume de sangue ou influência na capacidade dos vasos sanguíneos para relaxar. Quando os vasos se relaxam, a pressão arterial tende a cair.”

Os benefícios do condimento para o organismo são diversos. Pode auxiliar no combate do estresse oxidativo, no combate aos radicais livres, na inflamação sistêmica (muito comum em pacientes hipertensos) e auxiliar na homeostase de minerais no corpo. Além da redução do teor de sódio por gramatura, a pessoa também estará consumindo outros minerais importantes que ajudam na redução da pressão arterial.

Como fazer sal verde

Ingredientes:

- 10 g de alecrim desidratado;
- 25 g de manjericão desidratado;
- 15 g de orégano desidratado;
- 10 g de salsinha desidratado;
- 45 gramas de gergelim tostado;
- 100 g de sal grosso marinho ou sal grosso rosa ou flor de sal.

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Modo de preparo:

1) Toste o gergelim em temperatura baixa por 10 a 15 minutos no forno ou forninho elétrico. Espere esfriar;
2) Coloque o sal e o gergelim no processador com a lâmina S e bata por apenas alguns segundos;
3) Adicione todas as ervas e processe novamente por alguns segundos;
4) Coloque em um pote de vidro com tampa hermética. Não necessita ser armazenada na geladeira. A mistura tem validade de 3 meses.

Por que o sal comum é o grande vilão dos hipertensos?

O sal é indispensável para o funcionamento das células, devendo ser ingerido mesmo por quem sofre de pressão alta. Mas é preciso cuidado, porque cerca de 60% das pessoas apresentam sensibilidade exagerada a ele. Organismos que acumulam sódio com mais facilidade retêm líquido em excesso e podem apresentar tendência à hipertensão.

“O sal controla o volume de líquido fora da célula, ou seja, ele faz o controle da chamada pressão osmótica. No nosso organismo, o sódio que compõe o sal pode ser encontrado, principalmente, fora de nossas células. Se há pouco sódio, mais líquido entra nas células. Se há muita concentração de sódio, mais líquido sai das células”, explica a nutricionista.

“Esse líquido vai para os vasos sanguíneos, onde circula a maior parte da água de nosso corpo. É esse volume fora das células que gera o inchaço e o aumento da tensão arterial. O efeito direto de ter mais sódio no corpo é o aumento da pressão arterial; quanto mais água nos vasos, mais tensão eles apresentam.”

Embora o sal seja conhecido por aumentar a pressão, o açúcar também desempenha um papel crucial. Ter uma quantidade alta de açúcar no sangue pode inibir a produção de óxido nítrico nos vasos sanguíneos. O óxido nítrico normalmente ajuda na vasodilatação (expansão dos vasos sanguíneos).

Sem o óxido nítrico, a vasoconstrição (estreitamento dos vasos sanguíneos) pode resultar, levando à pressão alta. Cerca de metade dos adultos hipertensos têm resistência insulínica e, consequentemente, uma glicemia alta (quantidade maior de açúcar no sangue).

Outras recomendações

Além de incluir o sal verde na rotina alimentar, adotar uma dieta rica em magnésio e potássio pode ajudar bastante no controle da pressão arterial. Esses minerais são facilmente encontrados em alimentos saudáveis.

O magnésio, por exemplo, pode ser encontrado nos folhosos verdes escuros, gergelim, aveia, amêndoas, sementes de abóbora e sementes de linhaça. Enquanto o potássio pode ser encontrado no abacate, nas castanhas-do-Pará, nas amêndoas, nas nozes, na banana, no kiwi e no gérmen de trigo.

Também é importante evitar bebidas alcoólicas, pois elas podem causar aumento de pressão arterial, mesmo em pessoas que têm a pressão dentro dos valores normais. O álcool causa estreitamento dos vasos sanguíneos, fazendo com que o coração trabalhe mais para fornecer sangue e oxigênio para os tecidos, consequentemente aumentando a pressão arterial.

O consumo diário do ômega 3 também pode ajudar. Essa gordura essencial tem potente ação anti-inflamatória, promovendo a liberação de óxido nítrico, uma substância que aumenta a dilatação dos vasos sanguíneos, melhorando o fluxo sanguíneo e ajudando a baixar a pressão naturalmente.