Canoas mantém tarifa de R$4,80 do transporte público

Canoas mantém tarifa de R$4,80 do transporte público

O valor de R$5,50 foi reajustado após solicitação da Sogal, mas não será repassado aos usuários

Ana Cardoso

Prefeitura passa a subsidiar os R$0,70 de cada passagem.

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O valor da tarifa do transporte coletivo urbano de Canoas não terá aumento para o cidadão e continuará no preço atual de R$4,80, para ônibus convencional, e R$2,40 para quem paga meia passagem. O Decreto n°116, com essa definição, foi assinado pelo prefeito em exercício Nedy de Vargas Marques nesta quinta-feira.

A norma institui a tarifa técnica do serviço de R$5,50, diferentemente do que a Sogal havia pedido, de R$5,56. Esse montante não será repassado a quem utiliza o transporte. Para manter o preço atual, a prefeitura subsidiará R$0,70 de cada passagem. Conforme o secretário da Fazenda, Luís Davi Vicensi Siqueira, atualmente, para manter a passagem no custo atual com base na estimativa de passageiros, o município precisa complementar R$14,4 milhões ao ano. O cálculo, porém, depende do número de usuários. Então, essa quantia pode variar com o aumento ou a redução da quantidade de pessoas que utilizarem o serviço.

“Sabemos que o valor atual já é alto e pesa no bolso de quem utiliza ônibus diariamente, por isso, estamos fazendo um grande esforço para evitar o aumento. Mesmo com a crise financeira que herdamos da gestão afastada, o transporte coletivo é uma prioridade da nossa gestão. E seguiremos trabalhando muito para buscar a redução da tarifa e a melhora da qualidade do transporte na nossa cidade”, destacou Dr. Ney.

O secretário de Transportes e Mobilidade, Leandro Rodrigues Machado, afirmou que, após o pedido de reajuste tarifário feito pela Sogal, o prefeito em exercício solicitou à Secretaria um estudo para que se chegasse a um valor que atendesse aos canoenses, bem como aos trabalhadores da empresa, que estavam com salário em atraso. “Então a equipe técnica se concentrou e chegamos a esse valor. Em conjunto com os outros setores da Prefeitura, em especial com a Secretaria da Fazenda, atingimos esse resultado, com o qual mantemos o subsídio, para que não exista alteração da tarifa para os usuários em geral e coloque em dia o pagamento dos funcionários”, explicou.

O diretor da Sogal, Marlon Casagrande, destaca a importância de manter o equilíbrio econômico e financeiro do contrato de concessão. “Viemos de um período que é pós-pandemia, com muitos passageiros a menos e uma reestruturação interna que teve de ser feita. Assim, é importante o poder público ser ágil no ajuste desses custos”. Conforme o gestor, é um esforço manter o acerto nos custos pela elevação dos preços dos insumos, além de muitas linhas com demanda baixa. “Mas o que prevalece é o compromisso do atendimento de toda a cidade e conseguirmos manter a empresa operando, atendendo a todos os cantos da cidade e trabalhando em conjunto com município na busca da melhoria contínua do sistema”, acrescentou.

O transporte coletivo

Apesar de uma queda de passageiros desde a chegada dos carros por aplicativo, até 2019, os transportes públicos se mantinham, em sua maioria, apenas com o pagamento de tarifa pelos usuários. No entanto, a partir de 2020, com a pandemia de Covid-19, os órgãos gestores tiveram de dar incentivos ou subsídios para manter os sistemas em funcionamento. Até 2019, em Canoas, havia uma média de 12 milhões de passageiros pagantes por ano. Já em 2020 e 2021, esse número reduziu em 50%. Em 2022 e 2023, os pagantes ficaram em torno de oito milhões.

Sob supervisão de Luciamem Winck


Correio do Povo
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