Moradores de Cachoeirinha voltam a protestar por projetos e obras efetivas para conter novas cheias

Moradores de Cachoeirinha voltam a protestar por projetos e obras efetivas para conter novas cheias

Mobilização reúne 100 moradores atingidos pelas águas do Rio Gravataí em 2024

Fernanda Bassôa

O número de pessoas no ato demonstra o descontentamento da comunidade e a preocupação

Faltando um mês para completar um ano da maior tragédia climática do Rio Grade do Rio do Sul, moradores atingidos pelas águas do Rio Gravataí, em Cachoeirinha, protestaram, mais uma vez, em frente à sede da prefeitura, por estudos técnicos, projetos e definições de datas que darão início às obras de contenção do sistema de cheias na cidade. Com faixas, apitos e pedidos de socorro, cerca de 100 moradores, se posicionaram na calçada, no final da tarde de sexta, e reivindicaram a presença do prefeito Cristian Wasem para uma série de explicações e esclarecimentos.

Na presença do gestor, houve vaias, e por minutos, o clima ficou tenso. De forma reservada, o prefeito recebeu um grupo de moradores. O representante da comissão dos moradores do Parque da Matriz, da Vila Jardim América e Vila Eunice Velha, Elenilso Portela, comenta que o número de pessoas que compareceu no ato demonstrou o descontentamento da comunidade e a preocupação das famílias com a ocorrência de novos alagamentos.

"O que existe hoje é um jogo de empurra-empurra. E a comunidade não está mais aceitando isso. Nós queremos estudos técnicos, sérios, comprometidos, para que sejam feitos projetos elaborados. A partir de agora vamos tentar outros movimentos. Ministério Público e audiência na Câmara de vereadores." Segundo Portela, os protestos continuarão. "Ou a gente continua a pressão, ou a água vai continuar entrando na nossa casa. Então decidimos que vamos continuar cobrando."

O secretário de Planejamento de Cachoeirinha, Paulo Garcia, disse que existem ao menos dois projetos elaborados pela Administração sobre o sistema de contenção das cheias especificamente para aquela área do bairro do Parque da Matriz e arredores, que contempla a construção de um dique. Além de um projeto maior, integrado e complexo, que compreende os rios do Sinos, Gravataí, Guaíba e Jacuí.

Entretanto, segundo ele, a administração aguarda por aporte de recursos do governo federal. Com relação ao arroio Passinhos, segundo o secretário, existe um projeto que contemplaria um trecho extenso da Rua Telmo Dornelles orçado em cerca de R$ 30 milhões.

"É um segundo projeto que prevê a reconstrução de parte da tubulação, que colapsou pelas enchentes de maio de 2024, juntamente com a limpeza do arroio Passinhos, redimensionando e fazendo elevações das áreas que foram destruídas com a força da água, propondo a construção de uma casa de bombas naquela área."

Esse projeto, conforme o secretário, foi orçado em cerca de R$ 40 milhões e também foi cadastrado junto a Defesa Civil do governo federal. Porém, ele lamenta, que ambos foram indeferidos pela União. "Se fossem aprovados, beneficiariam aproximadamente 4 mil famílias somente na área do Parque da Matriz. Aguardamos que eles sejam reavaliados."

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