Nove dias após temporal, luz volta a residência no mesmo bairro da sede da CEEE Grupo Equatorial
Após questionamento da reportagem, luz foi restabelecida para família do Humaitá, em Porto Alegre

Depois de nove dias, completos nesta quinta-feira, o produtor rural e servidor público Rogelio Mick, morador do bairro Humaitá, em Porto Alegre, não sabia mais o que fazer para reaver o fornecimento. Ele, mais a esposa, a dona de casa Tânia Beatriz Nunes Mick e o filho, de 17 anos, vivem no mesmo bairro da sede da CEEE Grupo Equatorial, praticamente desassistidos pela companhia pela falta de atendimento depois do temporal que devastou a Capital no último dia 16. Apenas depois de a companhia ser questionada pelo Correio do Povo, a luz foi restabelecida. “O telhado de uma vizinha caiu no temporal e nosso pátio ficou cheio delas. A CEEE restabeleceu a rede alta, mas a rede baixa, que teve os cabos rompidos pelas telhas, ainda não. Eu mesmo ajudei os funcionários a retirar uma de dez metros que estava pendurada. Fiz pedido para o restabelecimento e fomos viajar no sábado, ainda com ele em aberto. Para nossa surpresa, voltamos na terça à noite e ainda não havia sido resolvido”, contou ele hoje pela manhã, antes da resolução do problema. O apoio veio de outro vizinho, que conectou uma extensão a partir de sua residência para que a família de Rogelio pudesse ligar a geladeira. Outros eletrodomésticos estiveram desligados e o banho, tomado frio. Com ao menos três protocolos abertos anteriormente, um após o outro, e todos marcados como resolvidos pela distribuidora de energia, o servidor público abriu reclamação na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e foi inclusive ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS). Ele tem sistema de geração por energia solar, mas ela precisa de conexão à rede regular para poder funcionar. A família tem também um sítio no interior de Eldorado do Sul, que igualmente estava sem energia elétrica hoje. “Nos dois lugares, perdemos tudo o que estava na geladeira. Ficou tudo podre”, comenta. Outro serviço que caiu desde o dia do grande temporal foi o de telefonia, já que um cabo da Claro rompeu e, na falta de uma resolução, foi necessário também acionar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Rogelio estava em casa sozinho no momento do temporal, e sua esposa e filho chegaram pouco antes da tormenta. Além da própria energia elétrica, houve prejuízos em vidros de portas que quebraram e no veículo do morador, amassado em algumas partes pelo deslocamento das telhas.