Porto Alegre sedia evento que debate inovações do setor de energia eólica e hidrogênio verde

Porto Alegre sedia evento que debate inovações do setor de energia eólica e hidrogênio verde

"Wind of Change", encontro de investidores em energia eólicas offshore, onshore e hidrogênio verde, discute pontos abertos para a construção do modelo regulatório e investimentos no setor

Correio do Povo

Seminário "Wind of Change" para investidores em Energias Eólicas. Daniela Cardeal, Presd do Sindienergia-RS (dir) e André Driessen, Embaixador do Reino dos Países Baixos no Brasil (esq)

Entre essa quarta e quinta-feira, dias 2 e 3 de abril, Porto Alegre será sede do segundo "Wind of Change", encontro de investidores em energia eólicas offshore, onshore e de hidrogênio verde. Realizado pelo Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindinergia-RS), o evento, que ocorre no Hotel Hilton, visa debater inovações do setor de energia eólicas offshore (fonte de energia obtida através da força do vento em alto-mar), onshore (gerada pelo aproveitamento da força do vento, no movimento das massas de ar, por meio de aerogeradores instalados em terra), e do hidrogênio verde (gerado por energia renovável ou por energia de baixo carbono (EBC)).

O evento reúne majoritariamente representantes de empresas de geração e transmissão de energia, de governos estaduais e federal, de bancos de investimento e entidades de fomento, de indústrias de consumidores de energia, entre outros investidores do setor. Entre os principais temas que serão abordados, estão a estruturação de projetos, desenvolvimento regulatório, riscos no planejamento, construção e operação dos empreendimentos, desafios da descarbonização, andamento dos processos de transição energética na região, entre outros assuntos de interesse.

Após a recente aprovação do marco regulatório para a exploração de energia elétrica offshore e as discussões sobre as fontes limpas na matriz energética global, o evento busca atuar como fórum estratégico para debater investimentos, disseminar conhecimento e fomentar discussões sobre modelos regulatórios e incentivos, atraindo investimentos para o futuro energético ao reunir líderes nacionais e internacionais do setor público, academia e da iniciativa privada. Confira a programação completa.

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Daniela Cardeal, presidente do Sindicato de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), abordou em sua fala inicial no encontro plano de investimentos para as eólicas e hidrogênio, além de investimentos, avanços regulatórios e cooperação internacional que impulsiona as eólicas e o hidrogênio verde no Brasil.

Em entrevista ao Correio do Povo, ela comentou sobre os avanços da implementação da energia no Brasil e os principais desafios, e ressaltou a importância do evento para discutir pontos ainda em aberto para a construção do modelo regulatório, dos licenciamentos e de investimentos no setor no país. “Tem todo um desenho novo a partir da promulgação da lei das eólicas offshore, para um mercado que ainda tem dúvidas. Nós ainda precisamos de detalhamentos que vão ser discutidos aqui, como, por exemplo, quais são as primeiras áreas em que vão ser utilizadas? Como vão ser feitas essas escolhas das primeiras áreas? Aqui, nós vamos poder trazer mais atualizações, técnicas de clareza, de espaço para discussão e contribuição”, diz.

A presidente ressaltou, também, que o Brasil é um dos países com maior potencial em função da sua costa, em função do recurso eólico. “O Brasil consegue oferecer uma composição de ventos favoráveis, com plataforma marítima um pouco mais rasa em algumas regiões, que vão nos ajudar quando fazer os desenhos, as avaliações, não somente ambientais, mas técnicas também para eólicas”, explica.

Uma importante parceria entre o Rio Grande do Sul e os Países Baixos está sendo feita para os investimentos em energia eólica. André Driessen, embaixador do Reino dos Países Baixos no Brasil, conta que há, atualmente, um forte trabalho na descarbonização da economia europeia, dependente do gás e do petróleo, por exemplo, e com a busca de outras fontes de energia para importação. Nesse cenário, entra o Brasil. “Várias áreas do Brasil são muito interessantes, e o Rio Grande do Sul é uma delas. Por isso trabalhamos com esse estado e os parceiros que estão aqui, como o Porto Rio Grande, para fomentar e estimular a produção de hidrogênio verde e outras fontes de energia renovável. No mesmo momento, utilizar essa parceria para também descarbonizar portos, para introduzir eletricidade na operação dos portos, que serviria para baixar a carga de CO2 de muitos setores, como setor agrícola e setor rodoviário. Então, essa parceria nessa parte energética é muito forte”, diz.


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