Faixa é pendurada na Câmara de Porto Alegre após vereador homenagear a ditadura militar
Protesto é uma reação ao discurso do vereador Coronel Ustra, que defendeu o regime cívico-militar em sessão plenária

Na manhã desta terça-feira, a Câmara Municipal de Porto Alegre amanheceu com uma sinalização atípica em suas grades. Trata-se de uma faixa com o escrito: “Ódio e nojo à ditadura. Fora Ustra! Levante por memória, verdade e justiça”.
De autoria ainda desconhecida, o protesto surgiu após, na sessão ordinária desta segunda-feira, o vereador Coronel Ustra utilizar do seu tempo de plenário para exaltar o regime cívico-militar.
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O parlamentar é primo do militar Brilhante Ustra, condenado pelas torturas que conduziu durante a ditadura. A manifestação foi feita no dia 31 de março, que, coincidentemente, é a data que teve início o golpe de 64.
Em resposta, Giovani Culau (PCdoB) foi à tribuna e leu o depoimento de um dos relatos sobre a violência que teria sido cometida pelo familiar do vereador do PL. O desentendimento evoluiu para uma discussão acalorada entre as partes.
A bancada do PT anunciou que entrará com ação no Ministério Público Federal (MPF) por apologia à ditadura militar.
No que diz respeito à faixa, a comunicação do Coronel Ustra publicou hoje uma nota em repúdio ao episódio.
Confira:
Na manhã desta terça-feira (1º), uma faixa com ataques de cunho ofensivo e ideológico contra o vereador Coronel Marcelo Ustra (PL) foi encontrada na entrada da Câmara Municipal de Porto Alegre.
O vereador Coronel Ustra repudia veementemente o episódio, que representa um ataque não apenas ao seu mandato legítimo, mas também à liberdade de expressão, ao debate democrático e ao direito de defender posições conservadoras dentro do Parlamento.
Medidas estão sendo tomadas para garantir que esse tipo de conduta não se repita e os responsáveis respondam pelos seus atos.